quinta-feira, 28 de julho de 2011

Enfermagem Pediátrica 1 - Cuidados gerais e anotação de Enfermagem
        É a especialidade de  atuação da Enfermagem nos cuidados à criança. de 0 a 12 anos, (porém, a especialidade da pediatria inicia-se mesmo após os 28 dias de vida de um RN, pois até esse termo está inserido na neonatologia).

Técnica: Como iniciar o cuidado à criança hospitalizada
1. Ler o prontuário da criança;
2. Ir ao leito da criança, fazer uma inspeção deral para observar e colher dados de suma importância  para priorizar os cuidados a essa criança;
2.1 Se o acompanhante estiver presente no momento, converse com ele, troque idéias, capte informações que possam auxiliar nos cuidados antes de inspecionar a criança. Procure conversar sobre como este acompanhante (que, na maioria das vezes é a mãe) está, como se sente com a hospitalização da criança, lembre-se do cuidado holístico, pois a equipe de Enfermagem deve atentar-se para o fato de que  "a família adoece junto com a criança";

3. Leia o relatório geral;
4. Realize o exame físico. Nos dias sucessivos à admissão, o exame f´isico é realizado com o objetivo de avaliar a evolução da situação da criança em resposta a implementação dos cuidados;
5. A Enfermagem deve estar atenta para avaliar constantemente as condições terapêuticas especiais:
  • Fluidoterapia venosa: tipo de solução, volume, etapa, condição do local da punção, contenções;
  • Sondas, catéteres e drenos: localização e fixação, permeabilidade e posicionamento, data da instalação, características da secreção drenada (cor, aspecto, volume), condições do local e do curativo;
  • Se houver tenda de oxigênio, berço aquecido e incubadora observar: posicionamento, fluxo, temperatura do equipamento e da criança, data de desinfecção concorrente, resfriamento da tenda de oxigênio;
  • Se com gastrostomia ou colostomia observar: funcionamento, condições da pele e higiene, troca de curativos ou catéter, características das eliminações;
  • Restrições de moviementos: evitar contenções desnecessárias, observar a contenção local, mobilizar o membro periódicamente, não prender ataduras de restrição na grade do berço;
  • Alimentação: tipo de dieta, quantidade, via (oral, SNG, sonda jejunal, gastrostomia), aceitação (sugando avidamente, com desinteresse, chora ao término, parecendo insatisfeito, recusa a dieta), antes de oferecer a dieta, conferir a prescrição, verificar a temperatura e a adequação do bico da mamadeira, estimular e promover o aleitamento materno;
  • Cuidar de forma holística a partir do planejamento dos cuidados das prescrições de enfermagem. É fundamental que os preceitos adotados e articulados  com o aspecto legal sobre os direitos da criança e do adolescente se tornem a base  para os cuidados que envolvem técnicas e procedimentos;
  • Registrar as observações feitas, os cuidados e orientações prestadas no prontuário da criança. Para o registro de Enfermagem, deve-se respeitar essa sequência:
  • data e hora;
  • idade da criança (em anos, meses e dias);
  • tempo de hospitalização, do pré ou de pós-operatório;
  • impressão geral, estado de consciência e humor, postura no leito;
  • sinais observados e sintomas referidos;
  • condições terapêuticas especiais;
  • assistência prestada;
  • evolução do estado da criança;
  • resposta ao tratamento;
  • interação da criança com o meio;
  • orientações transmitidas;
  • assinatura.
  • Observe este exemplo de registro de pediatria:
19.07.2011 - 7h - Lactente com 3 meses e 1 dia de idade no 4 dia de internação. Em berço comum com grades, acordado, apático, com abertura ocular espontânea e chorando às manipualções e aos estímulos algicos. Eupnéico, em tenda de oxigênio mantendo 6L/min de ar comprimido. Membros estirados, mucosas hiperemiadas, pele normocorada com leve cianose perioral, turgor e elasticidade diminuídos. Apresenta seborréia no couro cabeludo, fontanela bregmática anterior 2x1,5 cm, normotensa; secreção ocular esbranquiçada em pequena quantidade, monilíase oral; descamação moderada da pele nos MMSS e tórax; dermatite por fralda descartável. Mantém acesso venoso por catéter periférico n. 24 em região cefálica parietal direita, recebendo hidratação venosa por soro de manutenção em bomba de infusão a 23 mL/h; SNG n. 8 em narina direita, permeável, mantida aberta e drenando secreção gástrica amarelo-esverdeada, fétida (50 mL). Ass: Enfermeira Paula.
7h30- Interrompida a hidratação venosa devido a infiltração moderada em local de punção.
8h20 - Venopunção em dorso da mão esquerda por catéter venoso periférico n. 24 após duas tentativas em antebraço (D e E respectivamente). Reiniciada H.V. por bomba de infusão. Lactente chorosa e agitada, mãe orientada e incentivada a acalmá-la. Enfermeira Paula.
8h50  - Banho no leito, higiene oral com água bicarbonatada a 2%; lubrificação da pele com óleo  mineral, aplicação de vaselina salicilada a 1% no  couro cabeludo. Banho de assento com solução de permanganato de potássio. Ass. Enfermeira Paula.
9h10 - Sugou vagarosamente 180 mL de leite, recusou 30 mL, dormiu após mamar. Ass. Enfermeira Paula.
12h00 - Urinou 3 vezes pela manhã, volumes de 150 mL (150g por peso de fralda), aspecto normal. Evacuou 3 vezes (fezes semiliquidas amarelo-esverdeadas com muco, fétidas). Apresentava região perianal hiperemiada, sendo aplicada pomada de óxido de zinco. A mãe está atenta a tudo e diz seguir as orientações. T. axilar 36,8 C, FC 94 bpm, FR 45 irpm. Criança dormindo. Ass. Enfermeira Paula. 

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